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"Se o povo não usufruiu da dívida não tem de pagá-la"
Entrevista a Fernanda Calaça

Natural de Machico, Fernanda Calaça tem 65 anos, é reformada, casada e mãe de três filhos. É a primeira vez que encabeça uma lista candidata a eleições legislativas pelo PCTP/MRPP? Como cabeça-de-lista é a primeira vez. Em 1976 já fui candidata por este partido. Desde então, houve um tempo de paragem e agora convidaram-me para ser cabeça-de-lista do PCTP/MRPP e foi com muita honra que aceitei. Acho que as mulheres devem ter um papel fundamental da vida política porque foram durante muito tempo maltratadas, desprezadas e pouco valorizadas em termos profissionais.

A igualdade de género é uma bandeira sua?

É uma bandeira do nosso partido ao nível nacional porque a maioria das nossas listas são encabeçadas por mulheres.

Qual o objectivo da sua candidatura?

É unir todos os democratas e compatriotas para pôr um fim ao processo de destruição que está a fazer de Portugal um país de pobres, de miséria, de desempregados e de emigrantes. Portanto, temos de nos impor e decidir não pagar a dívida de 225 milhões à União Europeia. Se o povo não usufruiu nada desta dívida não temos de pagá-la.

Qual a saída então?

O que devemos fazer é sair do Euro e sermos um povo independente com os nossos próprios meios, para termos mais poder de compra e para que os nossos produtos sejam mais escoados lá fora. Portanto, devemos deixar de ser um país do Euro.

Temos de impedir o confisco pela União Europeia (UE) ou seja, pela chanceler alemã juntamente com a nossa ministra Cristas. Não podemos deixar que vendam os nossos mares de mão beijada à UE para nós é que somos donos da nossa riqueza que é o mar.

Somos também contra a privatização da TAP porque é o nome de Portugal e o nosso país está a ficar reduzido a nada.

E em relação à Autonomia da Madeira, qual a posição do PCTP/MRPP?

Queremos mais Autonomia para a Região, queremos que tenha mais poderes. Queremos mais competências para a PSP. Defendemos que a GNR não deve andar em cima dos pescadores a aplicar multas e a fazer o que não deve porque isso não é competência deles, mas da Capitania.

O novo hospital para a Madeira… Isso foi uma ideia nossa. Depois todos os outros partidos foram atrás. Nós queremos um novo hospital porque os que temos são velhos e para recuperá-los gastamos muito dinheiro e não fica coisas que prestem, portanto queremos um hospital novo e financiado pela União Europeia.

E o Estado não tem que entrar na comparticipação financeira?

O Estado pode entrar na comparticipação mas a maior parte deve ser da UE porque se há muitos fundos para dar tranches aos bancos... Aquilo que as famílias são chamadas a pagar não fomos nós que contraímos. Os bancos e os governos de direita e de centro e alguns de esquerda é que fizeram esta dívida: a má governação do país é que fez o nosso Portugal e a nossa Madeira ficarem arruinados.

O objectivo da sua candidatura passa também por subtrair votos à coligação PSD/CDS-PP?

Passa por lutar contra a maioria de direita e que nos deixem falar, exigir, denunciar o que está mal. E não queremos colaborar com essas ideias que, para o nosso país, geram pobreza, desemprego, emigração, dívidas e mais dívidas, reformas baixas, contas por pagar, idosos sem possibilidade de comprar medicamentos. Se não morrem de fome, morrem da doença porque não se podem tratar.

Cortes e mais cortes nos salários. Nós não devemos aceitar isso porque não fomos nós que fizemos esta dívida.

O que seria um bom resultado para o PCTP/MRPP nestas eleições legislativas nacionais?

Não vou dizer que queremos uma maioria absoluta mas queremos ter deputados na Assembleia da República para defender estas ideias e se nós formos eleitos iremos honrar os votos de todo o eleitorado porque tudo o que nós dizemos na campanha iremos cumprir. Um voto no PCTP/MRPP é um voto útil.

Há pouco falou no desemprego. O que deve mudar?

Somos a favor que quem está no desemprego deve continuar no desemprego até arranjar uma solução para a sua situação e para a sua família.

Ou seja, o Estado deve garantir o subsídio de desemprego sem prazos, sem limites temporais?

Sim. É isso que nós queremos. Mas vamos falar um pouco dos pescadores que são tão discriminados. Essas leis da União Europeia feitas pela [ministra do Mar] Assunção Cristas com o Manuel António Correia [ex-secretário regional do Ambiente e dos Recursos Naturais] que venderam as nossas potências para a chanceler alemã. O mais engraçado é que vão tomar conta dos nossos mares, chamando-lhe Mar Azul sem que os nossos pescadores fossem tidos ou achados.

Estamos a perder capacidade de negociação na fixação das quotas de pesca em Bruxelas?

Estas leis não servem para os pescadores, porque vêm as frotas do estrangeiro pescar para o mar português e da Madeira e depois vêm aqui vender o pescado a nós.

A Madeira em tempos teve uma indústria conserveira… Nós também defendemos as indústrias, defendemos os postos de trabalho, o turismo, a hotelaria. Há muitos universitários que terminaram o seu curso e que não têm trabalho e andam a pedir tostões aos pais para tomarem um café. E muitos deles ficam depressivos com estas situações. Têm de sair do país porque aqui não têm trabalho como acontece com vários jovens enfermeiros. O nosso governo financia os cursos, dá-lhes subsídios, paga-lhes as bolsas e depois quando estão formados não há trabalho e vêm os países estrangeiros buscá-los aqui de mão beijada.




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