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Partido

Depois de 4 anos de governação fascista, como se compreende que o partido não tenha subido a votação?

Numa situação em que a classe operária viu reduzido o seu número de modo drástico, no meio de contínuo bombardeamento da ideologia burguesa e num silenciamento violento das nossas ideias, a preservação das posições comunistas do Partido têm que ser alvo dum constante esforço de purificação e vigilância, crítica e auto-crítica. Nesse sentido aqui vão algumas críticas pessoais sobre a recente campanha eleitoral do Partido.

Onde está a classe operária? Que alianças de classe para esta situação?
Defendeu o Partido, nesta campanha eleitoral, uma perspectiva futura de medidas económicas pós-euro, ou seja, na vigência do novo escudo e em contexto de rejeição da dívida fraudulenta, que pressupõem uma certa unidade com os pequenos e médios empresários democratas e patriotas.

Tais medidas permitiriam o desenvolvimento industrial e comercial imprescindível à satisfação das necessidades dos portugueses ultrapassando-se o inevitável boicote económico por parte da Europa e, eventualmente, dos EUA. Permitiria também o desenvolvimento da nossa classe operária, que criará e tomará as novas e actuais empresas necessárias à nossa independência económica.

Não me pareceu correcta a maneira como se apresentou a questão de Portugal como porta de Europa, com o porto de Sines a receber a mercadoria chinesa, vinda do novo canal do Panamá e que seria distribuída por via férrea, a construir. Tal panorama, que qualquer governo democrata e patriota, se tivesse existido, já poderia ter preparado, não convence, por utópico, já que tal governo não existiu, não existe e só existirá quando o povo tiver força e organização suficientes para o impor. Ora tal situação só será possível com uma influência muito poderosa do Partido, que não se vislumbra a curto prazo e, a existir, determinará um fortíssimo bloqueio económico por parte da Europa capitalista que inviabilizará aquele projecto.

É verdade que a situação ao nível internacional pode dar um salto qualitativo enorme a favor dos trabalhadores mas, nesse contexto, talvez até os operários chineses se recusariam a continuar a sua escravidão, o que tiraria interesse competitivo à mercadoria chinesa. E, embora pudessem ser aliciantes para os pequenos e médios empresários aliados, para a classe operária, tais negócios de import-export pouco interessariam.

Não está feito, que eu saiba, um balanço dos resultados eleitorais dessa aliança, implícita na nossa propaganda. Mas, por muitas simpatias e apaziguamento que possam ter trazido por parte dos pequenos e médios empresários, não se terão deixado de fora outros sectores, quiçá mais aguerridos e mobilizáveis?

Há toda uma população pequeno-burguesa com menos de 50 anos que foi abandonada aos pescadores de águas turvas. Jovens licenciados forçados a emigrar; Professores e intelectuais violentados por todo o tipo de medidas humilhantes, anti-pedagógicas anti-culturais e antipatrióticas; Tarefeiros de empresas subcontratadas, trabalhadores de super e hipermercados, ou “call-centers”, quase operários modernos, sujeitos a horários e turnos extenuantes por salários de miséria.

Têm um sem número de ideias na cabeça, e tentam abrir os caminhos alternativos que se lhes apresentam: Espiritualidades, ioga, meditação; Medicinas alternativas, saúde pelas plantas, charros, massagens, Reiki; Amor livre, sexo alternativo, hétero, homo, bi; Novas formas de comércio e convívio, apoiadas na internet; Permacultura, vegetarianismo, naturismo. Bio dança, tango, funaná, kuduro, Trance dance; Acções voluntaristas de reciclagem, troca de bens, solidariedade e apoio á população marginalizada. E sim, também, muito amor por cãezinhos, gatinhos, vaquinhas, cavalinhos, peixinhos dourados, tartarugas… Enfim, novas ideias que exploram entusiasticamente, alguns, convencidos de que assim se salvará a Humanidade!

Levanto agora um paralelo sacrílego (sou politicamente incorrecto) com o P”C”P; Nós e esse partido, do alto da nossa antiguidade, conhecimento científico, superioridade moral e experiência, no campo da política, e com uma venerável tradição quase monástica vinda dos tempos da clandestinidade, olhamos sobranceiramente essas modernices – ridículas experiências porque apenas tentam endireitar a sombra, não tocando na vara que está torta e podre… E ambos esses partidos estagnaram a votação!

Mas a burguesia não dorme. O marketing empresarial ocupa avassaladoramente aquele nicho e logo avançam também os partidos-fantoche para enquadrar essa gente. Assim se explica a subida espectacular do Berloque de Esquerda e do PAN e de outros cogumelos venenosos que nos empalmaram o eleitorado...

Ora, como será a nova sociedade livre de exploração, só posso imaginar, mas creio que muitas daquelas experiências não serão de todo a desprezar. E terá certamente esse sector, em vias de proletarização, um importante papel a desempenhar no Portugal socialista do futuro, se nós soubermos chegar até eles…!


Eduardo




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