Partido

Os dinheiros do Secretário-geral...

Por motivos de doença, o Partido perdeu há três meses um dos seus mais dedicados militantes, um operário marceneiro muito estimado entre as massas populares.

Para além da perda irreparável do seu ente querido, a família viu-se impossibilitada de pagar as despesas do enterro, pois toda a gente sabe que, com os cortes da Tróica, o subsídio de funeral não dá para enterrar um operário.

O secretário-geral do Partido resolveu, por sua conta e risco, prometer à viúva e filhos do camarada falecido custear as despesas com uma verba tirada dos dinheiros do Partido. Verba essa que, aliás, e passados já três meses, não entregou ainda à família.

O secretário-geral devia saber que os dinheiros do Partido são para fazer a revolução e custear essas despesas, pois o Partido não pode utilizar os seus escassos dinheiros para enterrar os defuntos, dar de comer aos pobres ou pagar rendas de casa aos insolventes.

Para satisfazer esse tipo de despesas devem mobilizar-se as massas para a luta por melhores salários e subvenções sociais e, nos casos extremos, mobilizar a solidariedade operária e popular das massas, e não gastar os escassos dinheiros do Partido, que têm um destino revolucionário definido.

Ao mesmo tempo que denuncio o secretário-geral, peço ao Luta Popular que abra uma subscrição para arrecadar a verba ainda necessária para o pagamento do funeral do saudoso camarada falecido. O secretário-geral prometeu 700 euros, que não podia prometer. Eu mando uma pequena nota, para o Luta Popular Online encontrar o resto.

Secretários-gerais desses talvez sejam bons para tomar conta da Mitra ou da Misericórdia, mas de um partido comunista proletário revolucionário não.

29.10.2015

F. Elias