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Debates sobre a Colina de Santana: A montanha pariu um rato!

O bloco central, que teve o seu episódio mais recente no Manifesto dos Setenta (que afinal eram setenta e cinco), teve uma versão autárquica na recente aprovação pela Assembleia Muncipal de Lisboa, que teve lugar na passada 3ªfeira, dia 25 de Março, de uma proposta sobre a Colina de Santana – a cobiçada Colina de Ouro -, onde se defende que mais nenhum hospital deve ser encerrado antes de estar a funcionar o projectado Hospital de Todos os Santos.

Aparentemente, até poderia parecer que o imperador de Lisboa, António Costa, teria tido um rebate de consciência e decidido fazer frente à especulação imobiliária e ao patobravismo em que tem assente a sua política camarária e a dos presidentes que o precederam – todos eles, pasme-se, do PS e do PSD, a liderar a edilidade da capital há mais de 3 décadas, todos eles, a sós ou coligados, responsáveis pela expulsão de mais de metade da população da cidade (que regista hoje os níveis demográficos de 1931!).

A montanha pariu um rato! Após cinco diletantes sessões sobre o futuro desta zona da cidade e apesar de intervenções que demonstraram:

• Que o objectivo do governo, da Estamo que executa o seu plano e de António Costa, é transformar a Colina de Santana numa Quinta da Marinha no centro de Lisboa, provavelmente para dar vazão aos numerosos pedidos de vistos gold
• Ao mesmo tempo que, de forma impune, a Estamo, para quem o governo de Sócrates, no seu afã de levar a bom porto a sua política de favorecer a privatização da saúde (que o actual prossegue e aprofunda), transferiu a propriedade do edificado e sua gestão patrimonial, continua a cobrar rendas exorbitantes aos hospitais que continuam a funcionar naquela colina
• Que tal objectivo não se compagina com a preservação de um património arquitectónico único
• Nem, tão pouco, com as necessidades de acesso a cuidados de saúde por parte de uma população residente, cada vez mais envelhecida
• Sendo que, para além de não se saber em concreto a localização do futuro Hospital de Todos os Santos, é o próprio secretário de estado da saúde deste governo de traição nacional, a informar que ele será um hospital de média dimensão, que não albergará todas as valências que os resistentes Hospitais de S. José, Santa Marta e Capuchos oferecem.

A proposta é a suspensão?! É a oportunista ideia de oferecer ao condenado à morte a angustia de ver suspensa a execução da pena, mas não a intenção de a levar à prática!

Esta gente não se enxerga. E o tango a dois que sempre liderou a capital e o país – protagonizado pelo PS e pelo PSD e por vezes com o CDS como chaperone – tem agora mais uns apoiantes de ocasião, o MPT (Movimento Partido da Terra, o tal partido que está a servir de barriga de aluguer a Marinho Pinto, ex-bastonário da Ordem dos Advogados), o PNPN (Parque das Nações Por Nós) e a muito consequente, e bastamente oportunista, abstenção do BE ou, melhor dizendo, da sua ala mais à direita, social-democrata e profundamente reaccionária.

O consenso máximo possível de que se vangloriou a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta, é pois mais um episódio na política de traição aos interesses dos munícipes de Lisboa, é mais um episódio na política de promoção do patobravismo e da especulação imobiliária que levou à expulsão da indústria da cidade de Lisboa, que levou a uma quebra superior a 50% do PIB da capital, que levou a uma constante de falência económica, da qual resulta a expulsão de 10 mil cidadãos por ano!

E é essa política que o imperador Costa quer prosseguir quando, por um lado, anuncia o seu apoio à construção do novo Hospital de Todos os Santos e se compromete, ao mesmo tempo, e para já, a apresentar um Programa de Acção Territorial (PAT) – que ele próprio reconhece que nunca teve sucesso – e jura a pés juntos que imporá o surgimento de “uma percentagem adequada (25%) de habitação acessível e social nas áreas a construir e a reabilitar na Colina”.
Isto vindo do mesmo personagem que liquidou a EPUL, que era um travão à especulação imobiliário e um regulador de preços à habitação por parte de jovens e famílias mais carenciadas!

Só de um combate sem tréguas e de uma denúncia coerente e persistente desta política poderá resultar uma capital moderna, dinâmica e progressiva, uma capital com uma economia ao serviço do seu povo, acolhedora para os seus cidadãos.


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