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Trabalhadores da Linha Saúde 24 em luta contra os falsos recibos verdes

saude24 01Um grupo de trabalhadores da Linha Saúde 24 entregaram na manhã de hoje um abaixo-assinado à Administração, subscrito por cerca de 300 dos 400 trabalhadores que prestam serviço numa empresa que pertence ao Serviço Nacional de Saúde, mas que está concessionada a privados.

A supracitada empresa mudou recentemente o seu subconcessionário da Caixa Seguros para uma parceria entre a Optimus e a Teleperformance, obrigando os seus trabalhadores a trabalhar em condições de grande tensão psicológica e em condições de precariedade absoluta.

A Linha Saúde 24, presta há bastante tempo um relevante serviço à comunidade e assenta a sua acção em dois call center, um na cidade do Porto e outro em Lisboa, ambos com 200 trabalhadores cada. Estes decidiram apresentar na passada segunda-feira, 16/12, uma queixa veemente na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), denunciando o facto de alguns deles trabalharem há vários anos a falsos recibos verdes.

Entretanto, a todos os profissionais que laboram na Linha Saúde 24, enfermeiros e enfermeiras, assim como técnicas de Farmácia, foi apresentada na semana passada uma adenda ao contrato, para que aceitassem uma redução do valor hora do seu salário de 8,75€ para 7€, isto é, uma redução de cerca de 20%, bem como um corte de 50% nas horas extraordinárias, caso contrário não verão renovados, a partir de Janeiro de 2014, os seus contratos.

Segundo os trabalhadores, que denunciam o facto de, a aceitarem as miseráveis condições que a administração da empresa lhes quer impor, após os descontos para IRS e Segurança Social, ficariam a ganhar pouco mais do que 4€/hora.

Muitos dos trabalhadores nestas condições foram pressionados e coagidos miseravelmente, sendo abordados no final dos turnos e fora dos horários de trabalho para que aceitassem imediatamente as novas condições.

Só com a férrea unidade que até agora têm demonstrado, só a perseverança na luta, mesmo que dura e prolongada, assegurará que estes trabalhadores se libertem da sua condição de precários, não para se tornarem nos escravos que a administração os pretende transformar, mas em trabalhadores livres e com os seus direitos devidamente reconhecidos.