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Estaleiros Navais de Viana do Castelo - Dois pesos … duas medidas!

Se dúvidas subsistissem à cerca da natureza de classe deste governo de traição nacional Cavaco/Coelho/Portas, bem como dos interesses que defende, bastaria observar o que tem praticado nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

No preciso momento em que se comemora o 69º aniversário daqueles estaleiros, chegou a chapa necessária à construção dos navios asfalteiros dentro dos prazos previstos. Mas, como se afirma no comunicado hoje distribuído pela Organização Regional da Zona Norte do PCTP/MRPP, prossegue, também, a táctica de terror.

Acontece que é “preciso mais pessoal do que aquele que está ao serviço dos estaleiros no momento”, afirma-se no supracitado comunicado, que prossegue estimando que seria necessário “…quase outro tanto, pelo menos mais 50%”, não se percebendo, pois, “…qual o sentido…das declarações do presidente do Conselho de Administração (CA) de que só estão garantidos 70% dos postos de trabalho”, nem as afirmações do ministro da Defesa que vaticinou a extinção dos ENVC e declarou que nenhum posto de trabalho estava garantido.

As intenções são claras. Destruir o que resta do nosso tecido produtivo, ao mesmo tempo que se vende ou concessiona, a preços de saldo, um activo como os ENVC a privados, em nome de uma dualidade suspeita de critérios.

Por um lado, afirma o governo de traição nacional, estando vedada pela União Europeia a possibilidade de o governo subsidiar os ENVC – em nome do famigerado princípio da salvaguarda de uma saudável e leal concorrência (privada) -, a construção programada há 10 anos atrás, pelo então ministro da Defesa do governo de Durão Barroso, o inefável Paulo Portas, não é para prosseguir, pois faz parte, como se afirma no comunicado do Partido “…dos contratos anuláveis unilateralmente pelo governo, como os realizados com os trabalhadores, os reformados ou os eleitores”.

Mas, por outro lado, já no que concerne as trafulhices com os swaps, as PPP’s ou o pagamento de juros agiotas a especuladores internacionais, “nos quais só se pode mexer oferecendo contrapartidas ainda melhores que as dos contratos iniciais”, aí …ninguém toca!

Para se ter uma ideia da massiça destruição de forças produtivas em que este governo está empenhado, para tornar ainda mais frágil a nossa condição de nação com pretensões a uma economia independente e soberana, atente-se no que se afirma no comunicado em questão sobre os 15 navios contratados: “dois estão construídos, outros dois, os NCPs, têm a construção iniciada mas suspensa por esta anulação do contrato”. Mas, mais grave, prossegue a denúncia, “ Gastos da ordem dos 8 milhões de euros já realizados nesta obra, uma parte em desenvolvimento de capacidade técnica, ficam em risco de se perderem como se perderam em ferrugem as contrapartidas dos submarinos”.

É por tudo isto que é necessário um governo que recupere o sector da siderurgia que os sucessivos acordos, primeiro com a CEE e, depois, coma União Europeia, destruiu. Se ainda funcionasse escusaríamos de importar a chapa de laminagem a frio necessária para a construção destes navios asfalteiros – ou de outro tipo -, revertendo o benefício dessa produção para a economia e soberania nacionais e, sobretudo, para os trabalhadores portugueses.

Por isso defendemos a necessidade e urgência de se constituir uma ampla aliança de todas as forças susceptíveis de serem unidas em torno do objectivo de derrubar este governo de serventuários da tróica germano-imperialista para, em sua substituição, constituir um governo democrático patriótico que suspenda de imediato o pagamento de uma dívida que não foi o povo que contraiu, nem o povo dela retirou qualquer benefício, preparando a saída de Portugal, quer do euro, quer da União Europeia e apostando claramente nas vantagens competitivas de partida do país, mormente a sua posição geoestratégica única.


 

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