PAÍS

A valorosa luta dos estivadores

porto lx 01Os trabalhadores portuários e em particular os estivadores têm estado empenhados numa luta prolongada e exemplar contra a tentativa de o governo de traição nacional PSD/CDS, para além do roubo do trabalho e dos salários, desencadear uma vaga de despedimentos.

Desde o dia 17 de Setembro que os estivadores se levantaram em greve contra o novo regime portuário que vem pôr em causa os seus postos de trabalho – desde aquela data, os sucessivos períodos de greve totalizaram já oito semanas, tendo entrado hoje numa nova fase com uma paralisação parcial nos turnos entre a meia noite e as 17H00, incluindo feriados e fins de semana, nos portos de Lisboa, Setúbal e Figeuria da Foz

Numa fúria e desespero nunca vistos, governo e capitalistas têm-se atirado ferozmente, mas sem êxito, contra estes trabalhadores, usando de ignóbeis provocações e das mais baixas insinuações para isolá-los do resto dos trabalhadores e do povo.

Esbarrando numa inabalável firmeza da parte dos estivadores que têm paralisado os portos e impedido as cargas e descargas, o governo PSD/CDS e os seus homens de mão nas empresas, como é o caso de Pires de Lima do CDS, chegaram mesmo ao ponto de, confundindo a sua política terrorista de exploração desenfreada e roubo do trabalho com a defesa da economia nacional, proporem a imediata requisição civil no sector, mesmo com a observância de serviços mímimos, o que se traduziria no ensaio para porem fim ao direito de greve, em nome da política de ajustamento imposto pela Tróica.

A luta dos estivadores portugueses, que mereceu já manifestações de solidariedade efectiva dos estivadores de vários portos europeus, é um importante exemplo daquilo que deve constituir o combate a travar pelo movimento operário pelo derrube deste governo, desde logo, na próxima greve geral de 14 de Novembro. Isto é, uma greve firme, a sério, sem medo e sem hesitações nem cedências aos traidores da UGT que assinaram o acordo com o governo, e uma greve que paralise o país.

E, para isso, não só os trabalhadores portugueses devem aprender com a tenacidade dos seus irmãos de classe dos portos, como os estivadores, haja o que houver, têm de estar na primeira linha da paralisação do país na greve geral de 14 de Novembro e em todas as que forem necessárias realizar até ao derrube do governo de traição nacional PSD/CDS.

O nosso Partido, ao mesmo tempo que manifesta a sua inteira solidariedade com os estivadores em luta, exorta-os a não ceder à chantagem e ameaça da requisição civil e às provocações de um governo que tem os dias contados, mas que é necessário pôr a andar rapidamente.

Como se lê no manifesto que estes trabalhadores difundiram, pelos objectivos miseráveis que pretendem atingir bem como pela forma violenta e desumana como delinearam lá chegar, os estivadores consideram que este governo está no topo da lista de organizações terroristas!