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Contra o roubo dos salários e do trabalho - Operários mineiros da Panasqueira dão exemplo de luta!

minas panasqueira1 01Os duzentos e setenta operários mineiros a trabalhar nas minas da Panasqueira recusaram-se, este sábado, a descer às galerias, em protesto e luta contra o roubo dos seus salários e do seu trabalho, que é o que representa a redução do pagamento das horas extraordinárias impostos pela administração, ao abrigo do novo Código de Trabalho.

Recordamos que a legislação de trabalho que entrou em vigor a 1 de Agosto, resultou do acordo assinado pelo traidor João Proença e da central sindical a que preside – a UGT -, mancomunado com o patronato e o governo que representa os seus interesses de classe e com a cúmplice promulgação de Cavaco Silva e “fechar de olhos” do Tribunal Constitucional.

Esta legislação visa facilitar e embaretecer os despedimentos, promover a precariedade e, sobretudo, possibilitar o roubo dos salários e do trabalho, quer através do “banco de horas” – que é gerido de forma unilateral e abusiva pelo patronato -, quer por via da redução do número de dias de férias e dias feriados, quer, ainda, pela possibilidade que dá à entidade patronal de reduzir para metade o pagamento das horas extraordinárias, para exponenciar o processo de acumulação capitalista à custa da exploração de quem trabalha.

Registamos como positivo o facto de o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) ter mobilizado e organizado os operários para se recusarem a descer às galerias, deixando claro “que quaisquer alterações só podem e devem ser no sentido da melhoria dos salários e das condições de trabalho”, caso contrário a “empresa terá a luta como resposta”.

Consideramos, no entanto, que os operários mineiros da Panasqueira devem exigir que o seu sindicato – o STIM – compreenda que esta sua luta se deve integrar na luta mais geral dos operários, dos trabalhadores e do povo português, pelo derrube do governo Passos/Portas e de todos aqueles que assinaram ou subscreveram o Memorando com a tróica germano-imperialista, agindo em conformidade com esta exigência da luta.

É que, não perceber que o que se pretende impor aos operários mineiros da Panasqueira, resulta da mesma política serventuária prosseguida por este governo de traidores, que têm vindo a impor medidas terroristas e fascistas, umas atrás das outras, que obriguem os operários, os trabalhadores e o povo a pagarem uma dívida que não contraíram ,nem foi contraída para seu benefício, é levar a luta para becos sem saída e perpetuar a exploração a que a burguesia e o grande capital os quer continuar a sujeitar.