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TAP: uma “reestruturação” sem surpresas!

No dia 16 de Junho do corrente, publicámos este artigo no Luta Popular – Traição dos dirigentes sindicais anuncia-se de novo aos trabalhadores da TAP – a denunciar o Plano de “Reestruturação” que estava imaginado para a TAP, prevendo, na altura, o despedimento de cerca de 2.200 operários e outros trabalhadores assalariados.

Mas, a realidade superou a ficção e eis que somos, hoje, confrontados com a possibilidade de, afinal, ser de 4.600 o número de assalariados da TAP a serem despedidos que o Ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nunes Santos, tem na calha.

Um ministro que as muletas do PCP, BE e Verdes sempre apresentaram como representando a “esquerda” no seio de um partido de direita como é o PS. Essa “frente”, esse namoro pegado, aliás, já se manifesta desde os tempos do governo de coligação entre a direita e a extrema-direita do PSD/CDS-PP de Passos e Portas – tutelado pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, o imbecilóide de Boliqueime.

Lembramo-nos de uma ocasião, entre muitas outras, em que, numa sessão levada a cabo no Teatro a Barraca, em Santos, Lisboa, o agora Ministro Pedro Nunes Santos, a propósito da dívida e da proposta que defendia a renegociação da dita, por concordar com essas posições defendida por toda a casta de oportunistas, ter afirmado, alto e bom som, que só suicidas defenderiam - como o defendia e continua a defender o nosso Partido – o NÃO PAGAMOS! a dívida, claro está!

Logo que o imbecil terminou o seu vómito, aplaudido e bajulado pela “esquerda parlamentar” presente, mais os adeptos do “frentismo” pequeno-burguês – fosse trotsquista, anarquista ou de outras orientações – um militante do PCTP/MRPP pediu a palavra para dizer que estava ali um dos suicidas a que o futuro ministro se havia referido.

E denunciou que a dívida é um garrote, colocado ao pescoço dos operários e dos trabalhadores, impagável, até porque o grande capital se utiliza desse instrumento para valorizar os seus activos e alargar a acumulação de capital, vital para a sobrevivência do seu modo de produção capitalista e, simultaneamente aumentar a extracção de mais-valia e correspondente agravamento da exploração do trabalho.

No quadro da política de reinicialização do sistema capitalista ora em curso (o famigerado “Big Reset”), a União Europeia aprovou um financiamento de 1200 milhões de euros para que a TAP pudesse ser “salva” da iminente falência. Porém, como o imperialismo europeu não dá ponto sem nó, e nós sabemos que não existem almoços grátis, a contrapartida é uma “reestruturação” da companhia aérea nacional de acordo com os interesses da indústria aeronáutica das maiores potências imperialistas do continente europeu que estão, tal como a economia capitalista e imperialista mundial, à beira do colapso.

Essa “reestruturação” corresponde a uma efectiva liquidação da TAP, com o consequente despedimento de milhares de operários e trabalhadores – 4.600, por agora – e à desarticulação de qualquer plano que possa transformar Portugal na plataforma giratória da entrada e saída do essencial do tráfego aéreo – de passageiros, correio e mercadorias – de e para a Europa.

Compromete, igualmente, o projecto de um aeroporto internacional que sirva esse desiderato e a contratação de milhares de operários e trabalhadores – directos e indirectos – para que esse projecto pudesse vir a ser implementado e consolidado.

Que sindicatos são estes, que se dizem representantes dos operários e trabalhadores da TAP, que vêm lamentar-se, perante a “comunicação social” vendida aos interesses do grande capital, e afirmar-se surpreendidos pelas decisões do “esquerdista” Pedro Nuno Santos? Quando já se sabia – por defeito e não por excesso – que o que vinha aí, como veio no passado com a famigerada “reestruturação” eram despedimentos massivos, venda e destruição de activos e desinvestimento.

Os operários e os restantes trabalhadores assalariados não podem ter ilusões. Numa situação em que têm o seu próprio salário ameaçado de duas formas, pelo despedimento e pela redução, consolidando o que entrou em vigor via lay-off, devem dispôr-se à luta, começando por correr da direcção da mesma os que se mostrem incapazes de a levar a bom porto, substituindo-os por quem não hesite em ser firme no combate para que esta “reestruturação” não seja feita, como de costume, às suas custas, nem que para tal seja necessário constituir novos órgãos.

07Dez2020

pctpmrpp

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