PAÍS

No Distrito de Viseu

A Primeira Brigada Alexandrino de Sousa

                                                     35 Horas Semanais

                                                     7 Horas por Dia

                                                     5 Dias por Semana

                                                     2 Dias de Descanso Semanal (Sábado e Domingo)

                                                     25 Dias Úteis de Férias por Ano

Dirigida pela camarada Helena e composta pela camarada Ester e pelos camaradas Pedro, Manuel e David, e acompanhada pelo secretário do partido no distrito de Viseu, a Primeira Brigada Alexandrino de Sousa, do jornal Luta Popular Online, órgão central do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), percorreu, entre a tarde de 25 de Abril e a noite de 27 do mesmo mês, a região de Lafões, divulgando e discutindo com as operárias e os operários de todas as fábricas com mais de cem trabalhadores dos concelhos de São Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Vouzela, a Semana das 35 Horas para todos.

A nossa campanha pela Semana das 35 Horas ganhou um entusiasmo electrizante entre centenas e centenas de mulheres e de homens que trabalham na mais ignóbil precariedade, com contratos a termo de 15 dias, trinta dias e seis meses, e ganhando unicamente o salário mínimo nacional que, no distrito de Viseu, é considerado o salário máximo nacional, sem que os sindicatos existentes, sejam da Inter ou da UGT, se ergam para denunciar estas inconcebíveis injustiças.

Na Faurecia, fábrica de assentos de automóveis de Vouzela, o entusiasmo pela Semana das 35 Horas era tão grande que, à saída, uma operária comentava: “já não se fala de outra coisa lá dentro, senão da Semana das 35 Horas”…

A Primeira Brigada Alexandrino de Sousa ficou submersa pelas centenas de operárias e operários que saíam e entravam nos respectivos turnos. Da multidão que entrava e saía da fábrica destacavam-se centenas de operárias que chegavam ou partiam para os concelhos de Castro Daire, Nelas, Santa Comba Dão, Oliveira de Frades ou Vouzela, que em turnos contínuos, desde as seis horas da manhã até às 23H30, com contratos precários vergonhosos e salários de miséria, produzem os assentos para as viaturas Renault, Peugeot e Citroen.

O entusiasmo dos trabalhadores foi contagiante e revigorante para a nossa Brigada que, durante mais de dois dias, 33 horas contínuas e 812 Kms, percorreu toda a região numa vigorosa acção de agitação, propaganda e organização da jornada da Semana das 35 Horas para todos.

Na Campoaves, do grupo Lusiaves, líder na produção do frango do campo em Portugal, situada no Lugar de Vales, em Oliveira de Frades, onde a brutalidade e a violência dos horários impostos está estampada no rosto das operárias e dos operários de uma empresa que se gaba de preservar o bem-estar animal e o ambiente, mas que impõe aos trabalhadores e trabalhadoras horários e ritmos de trabalho extenuantes, que prescreve horas rigorosas de entrada, mas não estipula horas de saída, ficando o trabalhador preso até completar as encomendas do dia, impondo-se-lhe jornadas diárias de oito, nove ou dez horas, com pagamento de horas extraordinárias ao preço das horas normais. Os operários da secção de abates, que iniciam o trabalho às quatro da manhã, só o terminam quando todas as encomendas estiverem satisfeitas. Isso por vezes implica o abate de mais de 30 000 aves por dia, com jornadas de trabalho diário de 12 horas.

Trabalhando há mais de vinte anos na empresa, como acontece com algumas das mulheres, o seu cansaço ao fim do dia é tao grande que só lhes apetece chorar e suspirar pelo dia da magra reforma. Não admira que nos tenham recebido com tanta atenção e afecto.

Na Avicasal, em São Pedro do Sul, empresa também do sector avícola, o entusiasmo das operárias e operários pela Semana das 35 Horas foi tão grande que nos sugeriram virmos organizar um plenário na empresa para discutir o assunto, o que nós evidentemente tentaremos e não será por nós que não se fará…

Na Martifer, de Oliveira de Frades, fábrica onde o PCTP/MRPP é bem conhecido dos operários porquanto denunciámos a morte do operário João Ribeiro, no passado dia 7 de Abril, morte que o patrão tentou ocultar a toda a gente, inclusive ao Ministério Público e à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), a companha do Partido pelas 35 Horas por Semana para Todos foi muito bem recebida, mostrando os trabalhadores um grande interesse pela organização das formas de luta que deveriam seguir na fábrica.

Alguns operários tentaram que os camaradas da Brigada lhe explicassem como é que o PCTP/MRPP tinha sabido da morte do operário João Ribeiro, que o patrão, sob ameaças inúteis, tentara ocultar às autoridades.

Na zona industrial de Vilarinho, em Oliveira de Frades, os operários da fábrica Pereira & Ladeira, Lda. produtora de tampas de pedra (calcário e granito) para exportação, mostraram um enorme interesse pelo programa reivindicativo do nosso Partido para a Semana das 35 Horas para todos.

Na Portax, fábrica de móveis de cozinha e de roupeiros, assim como na Brintons, indústria de alcatifas do maior fabricante mundial de carpetes, situada no Rebordinho, freguesia de Campia, concelho de Vouzela, os operários discutiram com a Primeira Brigada Alexandrino de Sousa a questão da Semana das 35 Horas para todos, e os métodos de organização e de luta a erguer em cada fábrica, começando pela sua Comissão de Trabalhadores.

Estamos muito gratos pelos ensinamentos que recebemos das operárias e operários das grandes fábricas da região de Lafões.

A nossa luta continuará!

As operárias e os operários vencerão!

Viva a Semana das 35 Horas para todos!

02.05.2016

H/E/P/M/D/AM