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PAÍS

TRABALHADORES DA SOARES DA COSTA EM LUTA
Contra os despedimentos e os salários em atraso!
soaresdacosta02

Os patrões da Soares da Costa, para além de terem salários por pagar (aos operários de Angola, são já três meses de salário em atraso), decidiram agora despedir de uma vez 500 operários, lançando outras tantas famílias na miséria.

Reagindo à política do patronato e do governo de continuar a fazer pagar a quem trabalha a crise do sistema capitalista e, em particular, no sector da construção civil para safar os incessantes lucros dos capitalistas, os trabalhadores realizaram uma greve de duas horas logo ao início do primeiro turno da manhã (entre as 08H00 e as 10H00) nos passados dias 17 e 18, concentrando-se à porta dos estaleiros da empresa em Vila Nova de Gaia.

A Soares da Costa é uma das maiores empresas capitalistas na construção civil, explorando até há pouco cerca de 3 800 trabalhadores, 60% dos quais em Angola.

Desde o início do ano passado, os capitalistas angolanos compraram a empresa, ficando com a maioria do respectivo capital (66,75 %), através da sociedade GAM Holdings e após um aumento de capital de 70 milhões de euros.

Ao mesmo tempo que se vangloriam ter atingido um volume de negócios de quase 500 milhões de euros, em particular no mercado angolano, e de tentarem fazer esquecer os lucros fabulosos que têm arrecadado à custa de uma brutal exploração dos operários, à maioria dos quais estão a pagar salários iguais ou inferiores ao salário mínimo nacional, o lacaio Joaquim Fitas, recentemente colocado como presidente executivo da Soares da Costa, teve a suprema lata de vir defender, a respeito do despedimento em causa, que não se tratava de despedir cerca de 20% dos operários, mas de preservar 80% dos postos de trabalho (!!!).

Para este patife, afinal os trabalhadores ainda tinham que lhe estar gratos...

Mas se estes lacaios usam desta desfaçatez e não têm o mínimo rebuço em fazer um despedimento colectivo de meio milhar de operários é porque se sentem e sempre se sentiram protegidos e apoiados pela política terrorista contra os trabalhadores imposta pela Tróica e caninamente aplicada durante os últimos quatro anos pelo governo de traição nacional Coelho/Portas - que a Intersindical e o PCP não quiseram derrubar - e agora continuada pelo governo do PS e das suas muletas.

De que serve aumentar o salário mínimo nacional numa percentagem aliás irrisória, quando se permite aos capitalistas deixar de pagar mesmo esse salário e despedir centenas de trabalhadores? Afinal, que diferença existe entre o anterior governo e o actual que nem sequer prometeu revogar o Código do Trabalho da coligação fascista PSD/CDS, designadamente em matéria de despedimentos?

No início do ano de 2012, o Partido foi o único a denunciar o plano terrorista que estava a ser preparado no sector da construção civil com o então pedido de declaração do sector em reestruturação (Manifesto dos 100 mil).

Esse plano traduziu-se na criação de um estatuto legal que, só no ano de 2012, permitiu despedir, de imediato e sem custos, um total de 100.000 trabalhadores a juntar aos 200.000 já despedidos no ano anterior.

Tratava-se, como veio e continua a confirmar-se, de um verdadeiro cataclismo do sector e uma vaga de desemprego e de miséria nunca vistos, decretando-se assim a fome de mais de um milhão de pessoas, contando os trabalhadores já despedidos e a despedir, com as respectivas famílias.

Em lugar de, logo em 2012, as direcções dos sindicatos terem mobilizado e organizado os operários para, em contraposição à reestruturação que servia os capitalistas, convocarem uma greve geral nacional do sector da construção civil e obras públicas e exigirem a nacionalização das grandes empresas deste sector, colocando-as sob a direcção dos próprios trabalhadores, essas direcções sindicais vendidas, não só não o fizeram como alimentaram ilusões desmobilizadoras junto dos operários quanto a uma (im)possível alternativa ou intervenção favorável aos trabalhadores por parte de um governo lacaio do imperialismo germânico.

É preciso que os operários da Soares da Costa e das restantes empresas da construção civil não criem falsas expectativas neste governo do PS e das suas muletas que, como se viu já, continua, como o seu antecessor, mais empenhado em salvar os bancos falidos e banqueiros vigaristas à custa dos impostos de quem trabalha do que em aumentar as prestações sociais e o salário mínimo nacional para valores condignos e não se mostrando minimamente preocupado com a intensificação dos despedimentos em massa, ao abrigo de uma legislação que devia ter começado logo por revogar.

Pela greve geral nacional do sector da construção civil e obras públicas!

Pela nacionalização das grandes empresas da construção civil!




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