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PAÍS

A solução do PCP para o “problema” do Orçamento representa uma sabotagem à luta das massas pela sua revogação

Nas jornadas parlamentares do seu partido, há pouco realizadas, o secretário-geral do PCP afirmou textualmente o seguinte: “O Orçamento do Estado para 2014 deveria ter uma única solução: o veto puro e simples e a sua devolução à Assembleia da República”. Reforçando esta ideia, Jerónimo de Sousa lançou um apelo a Cavaco Silva, afirmando: “[O Orçamento] confronta o Presidente da República com as suas responsabilidades e o seu compromisso de defesa da Constituição”.

As afirmações do secretário-geral do PCP atrás citadas são bem ilustrativas do desnorte do seu partido face às exigências da actual situação política. Quando a palavra-de-ordem que a maioria dos trabalhadores e do povo já fizeram sua é “Cavaco para a rua!” vem o PCP dizer a esses trabalhadores que essa palavra-de-ordem é errada e que o que está correcto é pressionar o presidente da República para que ele seja um aliado no combate ao governo Coelho/Portas e às suas medidas. Quando toda a gente já percebeu que a revogação do Orçamento do Estado e das medidas terroristas e fascistas que o mesmo contém só pode ser imposta derrubando o governo e o presidente e que o instrumento principal para atingir esse objectivo é uma greve geral dos trabalhadores e do povo que paralise o país e crie condições para a emergência de um governo democrático patriótico, vem o PCP defender que isso está errado e que o que está certo é canalizar a luta para o quadro institucional e respectivos órgãos, como é o caso da presidência da República, do parlamento ou do Tribunal Constitucional.

Esta estratégia do PCP tem de ser firmemente denunciada porque representa uma sabotagem à mobilização das massas pelo derrube do governo e pela construção de uma alternativa. Não há nenhum trabalhador minimamente consciente que se reveja nesta estratégia e os dirigentes do PCP sabem perfeitamente que o seu resultado inevitável é a manutenção do actual quadro político até às eleições legislativas de 2015, das quais, nestas condições, só poderá sair um governo PS/PSD/CDS para continuar e agravar as politicas actualmente vigentes. Pode o PCP vir a louvar-se num eventual reforço do seu grupo parlamentar à saída de tais eleições, mas esse, se ocorrer, será sempre o preço da traição à luta que os trabalhadores travam e estão dispostos a intensificar para impedir que este ou outro governo semelhante continuem a massacrar e a assassinar o povo às ordens do grande capital financeiro, do imperialismo germânico e do instrumento deste, a União Europeia, e para pôr de pé um governo que represente os interesses de quem trabalha, restaure a independência nacional, suspenda o pagamento da dívida, elimine o desemprego, e promova o desenvolvimento económico do país e o bem-estar colectivo.

A estratégia contida na posição do PCP aqui denunciada é um suicídio político no qual já ninguém embarca. Esta estratégia representa o que há de mais recuado nos sectores mais recuados das massas e constitui um balão de oxigénio para um governo e um presidente acossados e em pânico perante a perspectiva de terem pela frente um movimento operário e popular firmemente decidido a derrubá-los. É na luta e pela luta que tal estratégia será isolada e rejeitada pelas massas. Para isso, há que intensificar a sua denúncia e os esforços de mobilização e organização do movimento grevista e de uma próxima greve geral nacional firme, demolidora, prolongada e vitoriosa.


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