PAÍS

Cavaco e governo Coelho/Portas unidos na imposição de um regime fascista

Perante a decisão de um tribunal arbitral de não considerar exigível a existência de serviços mínimos no caso da greve dos professores, Passos Coelho reagiu da seguinte maneira: ou o tribunal revoga essa decisão ou eu altero a lei para passar a impor esses serviços mínimos.

O Tribunal Constitucional, como se sabe, proferiu um acórdão a declarar inconstitucional o confisco dos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores em funções públicas.
Passos Coelho, furibundo, reagiu imediatamente com a aprovação de novas medidas terroristas contra os trabalhadores (para além das que foram aprovadas pelo mesmo TC) e, quanto ao pagamento do subsídio de férias, decidiu que só os pagaria na totalidade em Novembro.

E, para isso, sabendo que tinha uma lei em vigor a proibi-lo, fez logo uma nova lei.

Mas para dar total cobertura a uma autêntica fraude, precisava que essa lei fosse promulgada pelo presidente da república ainda no mês de Junho.

Em lugar de demitir logo o governo e mandar prender quem assim agia, Cavaco – que dispunha de vinte dias para apreciar e promulgar ou não a lei em causa – promulgou-a em menos de vinte e quatro horas, sem se preocupar minimamente, o que não surpreende, com as condições dramáticas para que ele e o seu governo atiraram milhares de portugueses.

No caso, Cavaco permitiu-se mesmo provocar quando, na véspera da promulgação e instado a pronunciar-se sobre o momento do pagamento daqueles subsídios, referiu que o normal era, como sempre foi, serem pagos em Junho e Novembro.

É preciso começar a chamar os bois pelos nomes!

Estamos perante autênticos fascistas para quem, para satisfazer os apetites dos ocupantes, não existe o mínimo entrave legal ou constitucional e que se preparam para, quando – como está já a suceder – se intensificar a resistência e a luta para correr com eles, deixarem cair definitivamente a máscara e iniciarem uma feroz repressão sobre os trabalhadores e patriotas.

Com um governo e um presidente destes, de traição nacional, não há nada a discutir ou negociar, não existe qualquer hipótese de concertação ou diálogo, nem, como pretende sempre o PS de Seguro com medo que a revolta popular ganhe novas proporções, convites para revogar decisões a troco de aplausos ou reconhecimentos.
Conciliar com o governo PSD/CDS ou pedir ao seu patrono Cavaco para o demitir é ser cúmplice da política de traição que ambos protagonizam, de esmagamento da classe operária e liquidação total da nossa soberania e desenvolvimento económico em benefício do povo português.

Na boca de qualquer dirigente político que se pretenda democrata e patriota só pode estar a exigência do derrube imediato do governo; no discurso político de quem não queira fazer o jogo dos ocupantes da Tróica só pode caber a defesa de uma ampla unidade, não apenas da esquerda ou dos partidos da esquerda (em que querem muitas vezes encafuar Seguro e Cª), mas de todos os sectores sociais democratas e patriotas, em torno da luta permanente contra este governo, até levar ao seu derrubamento.