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PAÍS

O Coelho, a greve dos professores e a greve geral

Passos Coelho acaba de aconselhar os professores a participar na greve geral convocada para o próximo dia 27 de Junho, como alternativa à greve às avaliações de final de ano e ao primeiro dia de exames nacionais do 12º ano em que estão presentemente empenhados.

Dando de barato que para o dia 27 de Junho está também marcado o exame nacional de Matemática do 9º ano (o qual será provavelmente adiado pelo ministério da Educação), esta provocação do primeiro-ministro parece indicar que ele está mais preocupado com a greve dos professores do que com a greve geral.

Obviamente que a blague do Coelho serve para disfarçar o temor que lhe inspira a greve geral. No dia 27 de Junho, os trabalhadores e o povo português obrigá-lo-ão certamente a engolir a jactância. Nenhum esforço de mobilização e organização nas empresas e locais de trabalho deve ser poupado para fazer desta greve geral uma grande jornada de luta pelo derrube do governo fascista de traição nacional PSD/CDS.

Dito isto, é preciso reconhecer também que Passos Coelho nunca se atreveria a bolsar aquela provocação se as centrais sindicais que convocam a greve geral apontassem como seu objectivo primeiro e inequívoco o derrube do governo e se dispusessem a fazer da mesma um passo decisivo para tal objectivo. Colocando-se no mesmo plano recuado da UGT, com a exigência uma “mudança de políticas”, a CGTP fica-se depois e só pelo apelo inconsequente e castrado ao presidente da República para que demita o governo, em lugar de mobilizar os trabalhadores para derrubar ambos através de uma vigorosa greve geral com ocupação dos locais de trabalho e do seu prolongamento até que tal desiderato seja conseguido.

Passos Coelho mostra-se atemorizado com a greve dos professores porque, constatando a sua unidade nesta luta, antevê a possibilidade de o governo sofrer uma derrota numa questão tão cara à classe capitalista, como é o aumento do horário de trabalho. Se à greve geral de 27 de Junho for fixado também um objectivo claro – o derrube do governo – e se os trabalhadores forem mobilizados para realizar novas greves gerais mais prolongadas e combativas até o atingir, outro galo cantará e o Coelho tremerá como varas verdes só de pronunciar a expressão “greve geral”.

É isso que a presente situação exige. Já chega de hesitações e meias-tintas. A greve geral é para derrubar o governo e para que se constitua um novo governo democrático patriótico. Tudo o resto é conversa fiada que os trabalhadores já não suportam e que só atrasa o desenvolvimento da sua luta.


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