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PAÍS

Um Congresso que deixou de ser democrático e de construção de alternativas

A luta actual para derrubar o governo fascista de traição nacional Coelho/Portas e para pôr de pé um governo de alternativa, democrático patriótico, tem forçosamente de traduzir-se numa unidade muito ampla entre todas as forças políticas, partidos, sindicatos, organizações de massas e personalidades cujo denominador comum seja o de resistir e pôr termo à ocupação estrangeira representada pela tróica germano-imperialista e os seus lacaios internos.

Uma tal unidade tem como pressuposto a prática da mais ampla democracia na expressão de propostas e pontos de vista. Nenhuma corrente ou individualidade devem ser impedidas de se manifestar. Desde que balizado pelo objectivo central e imediato do presente movimento – o derrube do governo, a expulsão da tróica e o desenvolvimento do país ao serviço do povo e das classes trabalhadoras -, o debate de ideias tem de ser absolutamente livre e aberto. A dureza da luta e a exigência do combate impõem que tal debate tenha também de ser duro e sem tergiversações no nosso campo democrático patriótico. Essa é a única forma de permitir que, no decorrer da luta e da prática revolucionária, as ideias justas se imponham e que a vitória possa ser alcançada.

O Congresso Democrático das Alternativas, que se realizou em 5 de Outubro passado, em Lisboa, e que foi precedido por um amplo movimento de debate sobre os caminhos para uma alternativa, traduziu-se num assinalável êxito pelos sectores que permitiu envolver, pela energia e combatividade que os muitos milhares de participantes trouxeram ao debate e pela abertura de horizontes que estabeleceu para o futuro. O PCTP/MRPP apoiou sem reservas e participou activamente na preparação e realização deste congresso, apresentou as suas propostas, procurou preservar os princípios do debate democrático indispensáveis à consecução dos objectivos com que esta iniciativa se apresentou e foi propagandeada e defendeu a sua continuação e aprofundamento até que tais objectivos fossem alcançados.

A captura da Comissão Organizadora do Congresso Democrático das Alternativas por um grupo sectário incapaz de perceber e pôr em prática aqueles princípios do debate democrático e preocupado apenas em impor os seus pontos de vista através da exclusão forçada dos demais, representou um golpe mortal nas expectativas das massas apoiantes e participantes no congresso de Outubro. Em vez de preservar a unidade no seu seio e de se abrir e alargar a novos sectores e correntes, o Congresso Democrático das Alternativas tornou-se um mero palco de debates diletantes entre um grupo de amigos e professores universitários, expressando, ainda por cima, um conjunto de ideias completamente erradas e derrotistas sobre os temas com que vão preenchendo os seus encontros periódicos.

Neste quadro, e na sequência de um convite provocatório que a dita Comissão Organizadora dirigiu ao PCTP/MRPP para “acompanhar” uma das suas iniciativas, o nosso Partido denunciou firmemente esse tipo de gesto e colocou em evidência as razões e as consequências do comportamento antidemocrático dos seus responsáveis (ver carta do Secretariado do Comité Central do PCTP/MRPP). O facto de tal carta não ter sequer merecido qualquer resposta por parte dos seus destinatários, é a prova evidente e final do carácter acintoso e reaccionário dos mesmos e da justeza de uma atitude de ruptura firme com os respectivos propósitos e objectivos.

A falência da iniciativa designada por Congresso Democrático das Alternativas deve ser objecto de uma intransigente denúncia contra os responsáveis por tal desfecho e contra a sua pretensão de se arvorarem em representantes das massas e correntes de opinião que fizeram do congresso de Outubro de 2012 o êxito que ele indiscutivelmente representou. E tal falência deve, sobretudo e acima de tudo, ditar uma fortíssima mobilização para pôr de pé e desenvolver por toda a parte iniciativas e estruturas de debate político sobre a actual catástrofe em que o país se encontra e os meios de lhe pôr termo e a ultrapassar. As massas e as necessidades da luta exigem que este trabalho seja realizado com um máximo de urgência, diligência e energia. Os comunistas têm um papel imprescindível e insubstituível neste esforço colectivo, tanto pela justeza e correcção das suas propostas políticas como pela firmeza que é preciso garantir na respectiva condução e direcção.

Se alguma lição há a retirar da falência do CDA, essa diz respeito aos métodos de direcção deste tipo de iniciativas e ao papel que o PCTP/MRPP e o sector mais consciente e avançado dos operários e da intelectualidade revolucionária têm de assumir nessa direcção. Há que arregaçar as mangas. Não há tempo a perder. É urgente debater no seio das massas e das suas lutas as propostas políticas justas e avançadas que o nosso Partido tem para fazer face à crise actual. É necessário garantir que todas as ideias e opiniões se possam exprimir e que do debate político surja o programa para um governo democrático patriótico e as formas organizativas adequadas para garantir a defesa pelas massas, com todos os meios a tal adequados, desse programa e desse governo. Há que pôr todo o empenho neste combate. A luta é dura, mas nós não vergamos! O povo vencerá!


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