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Crise sanitária: Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo!

A “memória digital” tem destas coisas. Pode tramar narrativas de governos – como o de Costa e seus sequazes –, quando nos “trazem” à memória eventos que, quando comparados com o clima de medo hoje instituído, desqualificam por completo os argumentos que levaram o governo a impor o pânico e o terror – actualmente em alta – para paralisar quem trabalha e quem luta.

Na época, a imprensa revelava-se muito mais “moderada” – em comparação com a histeria em volta da suposta pandemia de Covid-19 – quando relatava dados sobre a evolução de epidemias de “gripe sazonal”. Vejamos, por exemplo, o que dizia o Diário de Notícias na sua edição de 06 de Outubro de 2015, num artigo que tinha como título “Mais de 5.500 mortes por gripe e frio no último inverno (época de 2014/2015)”:

• Para além de referir que a gripe e o tempo frio fizeram no último Inverno mais de 5500 mortes além do que era esperado – mencionando dados do Programa Nacional de Vigilância referentes à época gripal 2014/2015 –, cita o relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA)” que considera que, no total, houve “...um excesso de 5591 óbitos em relação ao esperado, correspondendo a uma taxa de 54 óbitos por cada 100 mil habitantes...”

• No supracitado relatório, para além de considerandos àcerca da coincidência da gripe com um período de temperaturas mínimas abaixo do normal, o INSA revela que, em Fevereiro, quando foram conhecidos os resultados preliminares da vigilância da gripe, a época 2014/2015 tinha sido já apontada como a que teve o maior registo de mortes além do esperado desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8514 óbitos.

• Ainda citando o dito relatório, e fazendo uma análise aos casos de gripe com necessidade de observação nos cuidados intensivos, o INSA concluía, então, que cerca de 80% dos doentes tinham uma doença crónica subjacente e que apenas 15% estavam vacinados contra a gripe sazonal, para além de referir que a taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da registada na época anterior, verificando-se que 70% das mortes ocorreram em pessoas com mais de 64 anos.

Citamos o Diário de Notícias, como poderíamos citar o Observador e o Jornal de Notícias, que utilizando uma prática recorrente de jornalistas preguiçosos e de uma imprensa relapsa e acrítica, se limita àquela prática “jornalística” do copy/paste (cópia e cola), tendo publicado, naquele período, notícias praticamente iguais a esta.

É relevante que se diga que, Costa que tanto criticava o governo fascista de Passos/Portas – que era tutelado pelo palermóide de Boliqueime, à época presidente da República – e, sobretudo, a sua política para a saúde, veio a ser nomeado 1º ministro na sequência das eleições legislativas de Outubro de 2015 que o levaram, com a preciosa ajuda das muletas do PCP, BE e Verdes, ao poder, não se tendo verificado, no entanto, qualquer mudança na política de saúde – sobretudo no programa de destruição do SNS – que aparentemente tanto criticava.

Costa deixou intacta a estrutura de organização e direcção de uma Direcção-Geral da Saúde que, a 08 de Janeiro de 2015, emite um comunicado – assinado pela inefável Graça Freitas (na época sub-directora daquela instituição) – a relatar a “actividade gripal” em Portugal.

Para além de a considerar alta para a época, destacava-se naquele comunicado o seguinte:

• Que, “... nalguns grupos vulneráveis a gripe pode complicar-se, originar doença grave, internamento e, eventualmente, morte...”

• Que, “... na semana de 29 de Dezembro (de 2014) a 04 de Janeiro (de 2015)...” – a semana 1 –, “...a taxa de incidência da síndrome gripal, estimada pelo INSA...” havia sido “... de 127,7 casos/100 mil habitantes, o que pode indicar o início do período epidémico...”

• Que, “...a evolução da mortalidade semanal...”, que apresentava então um “...acréscimo em relação ao esperado...ocorre habitualmente na época de Inverno e pode estar associada... à descompensação de doenças crónicas e a infecções respiratórias...”

Perguntarão os nossos leitores. E qual é a relevância de trazer à memória este relato relativo a eventos que ocorreram em 2015, no âmbito das habituais e cíclicas “gripes sazonais”? Pois bem, é para que se entenda a diferença de narrativa entre um período em que uma epidemia gripal foi responsável por mais do dobro do número de óbitos dos que ocorreram em 2020, alegadamente por causa da doença provocada pelo vírus SARS.Cov-2 – o COVID-19.

Porque será, então, que em 2015, com mais do dobro de mortes, em menor espaço de tempo, a narrativa era, aparentemente, “tranquila” e “assertiva” e hoje, com um vírus benigno como o SARS-Cov-2, cuja mortalidade é muito menor, com um RT (rácio de transmissibilidade) menor, assim como um número de mortes por cada 100 mil habitantes, a narrativa é de histeria, de indução do medo, do pânico, da imposição de regras fascistas como são as decorrentes do confinamento, dos estados de emergência, de calamidade, das cercas sanitárias, do recolher obrigatório.

A questão tem de ser contextualizada na profunda crise – a nível mundial – do sistema capitalista e do seu modo de produção e na necessidade de a burguesia o “reconfigurar”, de forma a repor o ritmo de acumulação do capital que mais lhe convém.

Crise que está a levar o mundo à beira de um conflito sem precedentes entre dois blocos de super-potências – China e USA – e dois sectores da burguesia – a ligada aos sectores industriais tradicionais e aquela que está mais apostada nos sectores tecnológicos, incluindo o farmacêutico, onde se destacam, no momento actual, as vacinas.

Não existe por parte do governo de Costa e seus sequazes – ou de governos de todo o mundo que optaram por seguir as “recomendações” da OMS (Organização Mundial da Saúde) – qualquer preocupação com a saúde dos operários, da vasta massa daqueles que nada mais possuem do que a sua força de trabalho para vender e para poder sustentar-se e reproduzir continuamente mais força de trabalho.

Os sinais de contestação a esta autêntica ditadura fascista começam a fazer-se sentir em toda a parte, quer a nível nacional quer a nível mundial. Uma oportunidade para o sector revolucionário da classe operária assumir o seu papel de direcção numa luta sem quartel contra todos aqueles – sobretudo os que se reclamam da esquerda – que compactuam com as medidas de repressão e privativas da liberdade que estão a ser impostas.

25Out2020

LJ

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