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PAÍS

MINAS DE NEVES CORVO
Mais um Operário Assassinado pela Criminosa Falta de Condições de Segurança
Publicado em 03.07.2015 

Logo ao raiar da manhã do passado dia 26 de Junho, mais um operário foi assassinado em virtude da criminosa falta de condições de segurança.

Trata-se de Tiago Gonçalves, operário metalúrgico, de 27 anos de idade, que se encontrava a laborar juntamente com outro camarada numa plataforma elevatória na lavaria de zinco das Minas de Neves Corvo, em Santa Bárbara de Padrões, no concelho de Castro Verde.

A Tiago Gonçalves fora ordenado que trabalhasse num cesto ligado a uma estrutura sem condições, que cedeu e fez virar o referido cesto onde os dois operários se encontravam, fazendo-os projectar violentamente contra o solo e sem que eles dispusessem dos adequados equipamentos se segurança e desde logo de arneses com o comprimento adequado para a altura em que estavam a trabalhar.

Os responsáveis por mais este crime são a Somincor, a sociedade que explora as minas de cobre e zinco de Neves Corvo, e que hoje está integrada na grande multinacional sueco-canadiana Lundin Mining Corporation, e a Motrinde – Montagens Técnicas e Reparações Industriais, S.A., empresa de Cacia e sub-empreiteira da Somincor que foi contratar Tiago Gonçalves e os seus camaradas de trabalho à zona de Coimbra.

Uma e outra empresa já estão a procurar sacudir as responsabilidades por este homicídio, mas a verdade é que são ambas, a primeira como dona da obra e a segunda como empreiteira, responsáveis por este crime.

A Somincor e o Grupo Lundin Mining, após a privatização total da exploração destas minas em 2004, têm aumentado progressivamente os seus fabulosos lucros à custa precisamente de uma cada vez mais intensa exploração dos operários mineiros e das lavarias.

E enquanto tais capitalistas embolsam milhões e milhões de euros, os trabalhadores são condenados a morrer como aconteceu agora com o operário Tiago Gonçalves, e já tinha sucedido, em 19 de Maio último com outro operário, Joaquim Alberto Saramago Gomes, de 48 anos, no jazigo de Feitais das Minas de Aljustrel.

Tudo isto enquanto a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), que antes nada fiscalizara adequadamente, assobia agora para o lado,- como mais uma vez ficou comprovado no contacto estabelecido pelo Luta Popular com a Unidade Local do Litoral e Baixo Alentejo da ACT- Beja, que se recusou a prestar qualquer declaração, escudando-se com a habitual “ fase de inquérito e segredo de justiça”,- e o Ministério Público nada faz e nada promove, uma e outro garantindo assim a impunidade destes crimes.

O Luta Popular exige que a ACT diga claramente que medidas já adoptou e que medidas vai adoptar e quando, para que este tipo de actuações criminosas não possa continuar. Como exige que o Ministério Público divulgue de imediato que processos crime já instaurou e qual o exacto estado dos mesmos.

Por outro lado, o silêncio sobre este homicídio por parte do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), está a tornar-se cúmplice, dado que até ao momento ainda não tomou qualquer posição, tendo mesmo referido ao Luta Popular que “pouco podemos adiantar sobre o acidente, pois até a comunicação social sabe mais do que nós”, justificando a sua falta de informação pelo facto de estes trabalhadores não pertencerem à Somincor.

Como pode um sindicato, cuja função principal deve ser a defesa dos trabalhadores, não exigir que os patrões cumpram com as mínimas regras de segurança e ter uma atitude expectante e passiva perante este homicídio, procurando encontrar informação apenas por vias administrativas?

Perante a tentativa de silenciar mais este crime, o Luta Popular apela aos trabalhadores das Minas de Neves Corvo para que ousem mobilizar-se e organizar-se a fim de imporem a paralisação das minas até que tenham sido tomadas e garantidas todas as condições de segurança para quem ali trabalha, sem o que assassinatos como o do operário Tiago Gonçalves se irão inevitavelmente repetir, e de novo com toda a impunidade !




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