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Agricultura: Fantasias de uma ministra em contra-ciclo com a história

Já se tornou um facto indesmentível que, graças à sagaz política levada a cabo pelo imperialismo germânico, se assistiu por essa Europa fora à desindustrialização e à liquidação da agricultura, sobretudo nos chamados países periféricos, entre os quais se inclui Portugal, tudo isto para beneficiar a indústria alemã e a agricultura francesa.
 
Assunção Cristas faz parte daquele grupo de jovens turcos que tomou de assalto o poder capitalista e burguês e tenta, a todo o custo, fazer o seu caminho, demonstrando aos seus senhores da tróica germano-imperialista que, para além de boa aluna tem ideias brilhantes para retomar, na agricultura, os velhos e saudosos tempos da escravatura a que os assalariados rurais estavam sujeitos, donde a expressão de trabalhar de sol a sol.
 
O CDS, que é aquele partido da coligação de traidores que governa este país, seguindo as instruções da chancelerina Merkel, que está encarregue de mostrar uma faceta mais nacionalista e patrioteira, chegou à brilhante conclusão que temos de resolver o problema da destruição da nossa agricultura, tanto mais quando anda para aí um partido – o PCTP/MRPP – e algumas plataformas cidadãs, a demonstrar que a nossa agricultura chegou ao estado em que se encontra devido aos sucessivos acordos de traição que PS e PSD, por vezes acolitados pelo CDS, foram assinando, primeiro com a CEE e, depois, com a União Europeia.
 
Alguém no CDS pôs-se a fazer contas às estatísticas que revelam que em apenas três décadas mais de 700 mil trabalhadores ligados ao sector agrícola tinham abandonado os campos e que nem um cêntimo dos subsídios que vieram da comunidade europeia para aceitarmos os termos das PAC’s (Políticas Agrícolas Comuns) que nos impuseram, serviram para desenvolver, modernizar e mecanizar a nossa agricultura, bem antes pelo contrário serviram, através do colete das quotas de produção, para a liquidar, promovendo o arranque de vinhas, oliveiras e floresta e o abandono das terras, favorecendo os interesses da potência agrícola que é a França.
 
Com aquele irritante trautear do empreendedorismo, vem Assunção Cristas propor que, após um levantamento cadastral adequado, a realizar pelos serviços competentes do ministério da agricultura – um dos muitos ministérios que tem sob sua tutela –, seja criado um banco de terras.
 
O problema, no entanto, segundo Assunção Cristas, não tem sido a falta de terras que o governo tão prestimosamente quer oferecer a quem ao tal banco de terras quiser aceder. O problema está na falta de candidatos para arar e cultivar essas terras, na falta de empreendedores dispostos a partir na aventura de uma nova onda de colonização do território por desbravar, seguindo nas suas caravanas de carroças, com tachos, panelas, mulheres, filhos e animais de criação a reboque, para desbravar essas novas terras.
 
O problema reside nesses mandriões, trabalhadores ou empreendedores, que, o que não querem mesmo, segundo a Cristas, é trabalhar! E as desculpas que eles arranjam? Infantis e ridículas! Põe-se a colocar questões sem qualquer sentido como, por exemplo, o que pensa o governo fazer com o Plano de Irrigação do Alqueva, entre outros, ao serviço de quem estará e, sobretudo, quem o controlará? E as quotas de produção a que este, e anteriores governos nos sujeitaram, como serão revogadas? E os seguros de colheita e o financiamento com crédito bonificado ao investimento nos meios de produção e nas sementes, está garantido?
 
Tudo, claro, questões colocadas por quem, como sempre, quer arranjar toda a sorte de desculpas para justificar o facto de não querer trabalhar e preferir viver do Rendimento Social de Inserção ou da protecção paternal.
 
Cuide-se a Cristas e o governo de traição nacional que integra, pois os trabalhadores e o povo português estão a organizar-se, estão a mobilizar-se e, seguramente, após derrubar este governo vende pátrias PSD/CDS e constituir um governo de esquerda, democrático patriótico, não só dirão não ao pagamento de uma dívida que não contraíram como saberão implementar uma verdadeira reforma agrária que entregue a terra a quem a trabalha e recupere a nossa agricultura, colocando-a ao serviço de um plano de desenvolvimento económico que satisfaça as necessidades do povo português.
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