INTERNACIONAL

Afeganistão: a derrota que se segue

Como os estimados leitores decerto estarão lembrados, a retirada das forças americanas do Afeganistão foi também uma das promessas eleitorais de Barack Obama, promessa que, conjuntamente com outras nunca cumpridas a tempo, lhe valeu mesmo assim o prémio nobel da paz, conferido pelo parlamento norueguês.

Ora, Barack Obama está de novo em campanha para um segundo mandato como presidente ianque e, com a pedra das antigas promessas incumpridas no sapato, voltou a prometer no Outono passado a retirada do Afeganistão, então agendada para 2014.

Sucede, porém, que, na semana passada, um relatório secreto da CIA foi tornado público sem ninguém saber como, dando conta de que os insurgentes afegãos – talibãs e combatentes da Al Caida – têm praticamente todo o país na mão!...

Quando relatórios secretos desta natureza chegam ao domínio público é porque o governo imperialista ianque está obviamente a preparar a fuga do local do crime.

Convém ter presente que os EUA têm no Afeganistão uma força de 90.000 soldados ianques e que, no seu conjunto, as forças armadas da NATO, entre as quais se conta um esquadrão português, mantêm naquele país um exército de 350.000 homens.

No dia seguinte ao da divulgação pública do tal relatório secreto da CIA, Leon Panetta, secretário norte-americano da defesa, anunciou que as tropas dos EUA poderão ter de abandonar o Afeganistão já em 2013, antecipando em um ano a reprometida retirada de Obama.

Quando se trata da arte da fuga, os imperialistas ianques até esquecem os seus aliados, pois Panetta nem uma palavra disse sobre a situação que esperará os outros 260.000 homens da NATO, que não são americanos.

Aquele homúnculo saltitante que faz de criado de quarto da chancelerina Merkel também destacou para o Afeganistão uma força de 4.000 homens, aos quais tem acontecido que, de mês a mês, perdem cerca de uma dúzia de militares no interior dos seus próprios quartéis em que se encontram isolados, mortos por rajadas de metralhadoras disparadas pelos próprios soldados amigos afegãos, a quem é suposto que estarão a ensinar a arte de guerra que deverão mover aos talibãs!...

Como se vê, a situação no Afeganistão é o salve-se quem puder. Não admira pois que cada um se ponha na alheta, enquanto é tempo.

Depois da monumental derrota político-militar coleccionada no Iraque, a derrota que se segue é a derrota no Afeganistão.

Haverá ainda alguém que não entenda que, apesar das tragédias que desencadeia contra os povos do mundo, o imperialismo ianque não passa de um tigre de papel?!

Com efeito, mais cedo ou mais tarde, o imperialismo acaba sempre derrotado.

Sucede porém que, muito embora feita de profissionais, o nosso governo destacou para aquele país asiático uma força militar, que não faz lá nada de bom ou de útil a quem quer que seja.

É pois necessário e urgente que o governo de traição nacional PSD/CDS faça regressar imediatamente os nossos soldados, já que aprender a lição – o imperialismo não paga a traidores nem a lambe-botas – o governo nunca aprenderá.