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INTERNACIONAL

As relações do imperialismo com os países do Médio Oriente são de duas espécies: apoio às petro-monarquias e aos regimes absolutistas, com instalação de bases militares nos seus territórios (Arábia Saudita, Catar, Iraque, etc.), por um lado, e, por outro, invasão e ocupação militar dos países que se opõem à presença imperialista (Líbia, Síria, Iraque, Afeganistão, etc.). Tudo com a finalidade de manter o controlo sobre o petróleo, o gás natural e as reservas estratégicas minerais da zona.

Dentro desta política imperialista, o islamismo só é mau se não for o islamismo dos seus aliados, as petro-monarquias. É nesta base que o islamismo da Arábia Saudita e do Catar, financiadores de dinheiro e armas ao Estado Islâmico, é um islamismo amigo dos imperialistas ianques, ingleses, franceses e alemães, enquanto que o islamismo líbio, sírio ou do Estado Islâmico é bárbaro, terrorista e medieval para o imperialismo americano, inglês, francês e alemão e para todos os seus lacaios, incluindo os marxistas-leninistas-maoistas da França e da Bélgica.

Ora, todos os argumentos dos m-l-m franceses e belgas, consistindo na qualificação do fundamentalismo islâmico como reaccionário, retrógrado, terrorista, medieval e feudal, têm unicamente por objectivo convencer o proletariado da França e da Bélgica de que teria por dever político combater esse fundamentalismo islâmico e não o dever de combater o imperialismo, nomeadamente o francês; que, no fundo, teria por obrigação política atacar os proletários, povos e nações oprimidas do mundo e, assim, defender e proteger os interesses dos imperialistas exploradores e opressores desses países, povos e nações…

Tal é o que querem os marxistas-leninistas-maoistas da França e da Bélgica, os quais, apesar do qualificativo maoista que ostentam no nome das suas organizações, renegam a essência do próprio maoismo, pois a essência do maoismo é o novo internacionalismo proletário definido por Mao Tsetung: a aliança incindível do proletariado de todos os países com a luta dos povos e nações oprimidas do mundo inteiro contra o imperialismo.

Não existe pois nenhum projecto islamista, nem o islamismo, mesmo na sua versão de fundamentalismo islâmico, é uma ideologia sintetizada, como pretendem os marxistas-leninistas-maoistas da França e da Bélgica no seu esforçado papel de lacaios do imperialismo.

O islamismo, sobretudo nas suas vertentes fundamentalistas, é uma ideologia de fundo religioso cujo objectivo é preparar a consciência e o espírito dos povos árabes e muçulmanos para resistirem vitoriosamente aos ataques dos seus inimigos.

Os jiadistas franceses, nascidos em França, e belgas, nascidos na Bélgica, atacaram Paris inebriados naquela ideologia. Ora, aquela ideologia, para um comunista, é uma ideologia reaccionária, como o são as ideologias cristã ou judaica. Mas a verdade é que, à falta de melhor – e melhor seria uma ideologia internacionalista proletária revolucionária que não se manifesta ainda nos dias de hoje na França ou na Bélgica dos Alain Badiou – que, à falta de melhor, dizíamos, deu todavia para mobilizar as consciências e os espíritos que desferiram em Paris um poderoso e demolidor ataque no coração do imperialismo francês.

É por isso que organizações como a Alcaida e o Estado Islâmico não são, como pretendem os marxistas-leninistas-maoistas de pacotilha da declaração conjunta, “as fracções mais radicais do feudalismo” árabe-muçulmano. Essas organizações não são produto do fundamentalismo islâmico, muito menos medieval; são antes exércitos armados organizados e mentalizados para, com escassos meios bélicos mas com indomável coragem, infligirem golpes mortíferos ao terrorismo armado – e cobarde – dos imperialistas.

Quem não tem cão caça com gato. Se os povos árabes e muçulmanos invadidos, explorados e oprimidos pelo imperialismo não dispõem ainda de um exército revolucionário proletário internacional nos seus países agredidos e ocupados – exército que terão certamente um dia! – pois a verdade é que o gato com que agora se vêem obrigados a caçar tem infligido às arrogantes potências imperialistas, nomeadamente ao moribundo imperialismo francês, derrotas demolidoras.

Pois fiquem os m-l-m belgas e franceses sabendo: mesmo que os povos e nações oprimidas do Médio Oriente não disponham da panóplia armamentista dos imperialistas, aparecerão sempre Alcaidas e novos Estados Islâmicos preparados para desferir novos golpes de morte nos locais, nos sítios e nos pontos onde o imperialismo agressor se julgaria mais impune, confortável e seguro.

Não há pois nada de barbárie ou de niilismos na violência do fundamentalismo islâmico, mas apenas uma luta – uma guerra – assimétrica, de vida ou de morte, com meios desiguais, da qual sairão a final vencedores, com menor número de meios bélicos embora, os povos e nações vítimas da agressão imperialista, e acabarão vencidos esses mesmos agressores imperialistas, por mais incomensurável que pareça o arsenal de meios e sistemas de guerra ao seu dispor.

Contudo, para os apregoados marxistas-leninistas-maoistas da França e da Bélgica, os ataques desferidos em Paris pelos jiadistas franceses, nascidos em França e sem dupla nacionalidade, não teriam constituído uma resposta à agressão do imperialismo francês, como também não teriam constituído resposta ao cobarde imperialismo americano os actos de guerra desencadeados em Nova Iorque e Washington, ou ao imperialismo inglês, os desencadeados em Londres. Para os vendilhões do marxismo-leninismo-maoismo que assinaram a Declaração Conjunta franco-belga, os ataques dos cidadãos franceses deferidos na Capital do seu próprio país são um acto violento de guerra emergente do desmoronamento do capitalismo e consequente renascimento do feudalismo (?!...) na África e no Médio Oriente. Por isso, não haveria justificação política nem ideológica para atacar o imperialismo francês: o ataque deveria ser desferido mas era contra o fundamentalismo islâmico!... Então esta corja não é uma caterva de lacaios a soldo do imperialismo?!...

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Comentários   

 
# Quibian Gaytan 20-05-2016 06:34
Saludos comunistas,
Tengo a bien informarles que, en entrada del blog Luminoso Futuro del 20 de febrero de 2016, hemos publicado bajo el rubro Partido Comunista de los Trabajadores Portugueses: MENSAJE DEL CAMARADA ARNALDO MATOS AL CAMARADA LÚCIO su desenmascaramie nto de los reclamados Marxistas-Lenin istas-Maoístas franceses y belgas. De seguido el enlace: https://drive.google.com/file/d/0Bwo68T7ecF55NzhsRTRCaU9jYkk/view?usp=sharing
 

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