CULTURA
Olho-te nos olhos.
Olho-te nos olhos.
Na trama do tear
Não é a mão do tecelão
Ou a corrediça da máquina
Mas o fio da palavra e do acto
Que faz o pano.
Palavra e acto
Em venal oculta alienação
Pugna o burguês.
Cínica demanda.
Brutal acção.
Insano intento.
Que o primoroso tecido
E a complexa multiplicação
O invés impõem!
Olho-te nos olhos:
Recusas a assunção,
Recusas a responsabilidade,
Recusas a liberdade
De recusares a escravidão
Do comércio iníquo
Da grotesca relação
De empregado e de patrão?
05Ago17
Pedro