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CORRESPONDÊNCIAS

Casino da Póvoa: Subsídios do governo caucionam despedimentos

(do nosso correspondente na Póvoa do Varzim)

casino da povoa 01

As obras iniciaram-se vai para mais de um ano, mas ainda não foram concluídas. Fala-se já em “derrapagem” nas contas de mais de 1 milhão de euros. Os quase 12 milhões pretensamente gastos (pretensamente porque há quem diga que as obras não valem sequer metade, e já se vai perceber porquê) dariam para construir, decorar e mobilar um casino de luxo de raiz, mas não, deram apenas para “modernizar” o antigo. 

E em que consiste essa “modernização”? Para além das necessárias obras normais de manutenção, esconder algumas tristezas com uns painéis e, fundamental, alterar o lay-out da “produção”, isto é, substituir as “caixas” existentes nas três salas por “caixas” na sala central. Ora, concentrar as “caixas” numa sala permite concentrar num “caixa” o trabalho dos antigos três!

E quem paga as obras? 50% a concessionária, 50% o Estado! É que o edifício do Casino pertence ao Estado, e o contrato de concessão estabelece que as obras são pagas a meias, claro está, após aprovação do projecto pelo Estado/tutela. Ou seja, o governo sabia do projecto, que este implicava despedimentos, e foi capaz de meter dinheiro no assunto! O que é isto senão o Estado subsidiar a Varzim Sol para despedir? Deve ser mais um daqueles projectos ruinosos para atrair operadores de turismo, oferecendo-lhes condições de privilégio inomináveis, em que os últimos governos têm sido pródigos.

No que respeita aos trabalhadores do Casino, nomeadamente das categorias de “caixa”, até agora falámos das possibilidades. Falemos agora das realidades. A táctica Casino é clara: instalar um clima de terror no seio dos trabalhadores. Dos 36 “caixas” chamou 26. Os restantes 10 seriam para despedir. Mas os 26 também! Se não assinassem um documento em que se dispunham a aceitar a polivalência.

E, mesmo assinando, nada garantiria que não fossem incluídos, também, no despedimento colectivo em programação, isto nas próprias palavras dos representantes da Varzim Sol, a concessionária do Casino. A “tal” promessa, de há uns meses, do novo capataz de pôr a funcionar as salas de jogo com menos 30 funcionários, aqui está. 

Mas, os requintes não se ficaram por aqui: não houve qualquer reunião (com os sindicatos ou a comissão de trabalhadores) não houve qualquer aviso prévio ou comunicação, os 26 foram, a seco, chamados um a um à presença do seu chefe pessoal e da directora de pessoal e responsável do gabinete jurídico do Casino, a Dr.ª Carla Isabel Santos Siva, para lhes ser posto o documento à frente para assinar, tendo-lhes sido e lhes explicado o que atrás dissemos e dado o prazo máximo de 1 dia para aceitarem ou recusarem. Alguns foram pressionados e ameaçados com o despedimento se não assinassem!

Mas nem assim! Uma parte importante dos “caixas” recusaram assinar. O Casino tem agora à perna a ACT por causa deste caso. Mas sabemos que o casino voltará à carga se as condições políticas lhes forem favoráveis, já que, durante um certo tempo, meteram uma série de estagiários a trabalhar quase á borla. 

Portanto, o que há a fazer, para além de resistir a todas as investidas da Varzim Sol, é impedir que as condições políticas lhe sejam favoráveis, é correr com este governo vende-pátrias, é constituir um governo democrático patriótico.

 

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