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13 de Março de 2024

Os governos são títeres e até podem ser dispensados! 

Os resultados das eleições antecipadas de 10 de Março deixaram muito claro  o repúdio  do povo português às políticas que  conduziram as suas vidas a uma degradação crescente, que se traduz na inexistência dos direitos mais básicos, como a saúde, a habitação e mesmo, o não acesso a bens alimentares, obrigando a escolhas cada vez mais apertadas.

E esta é a realidade que os partidos que estiveram até hoje no poder criaram, pela qual são responsáveis.

A verdade é que após quatro meses de campanha eleitoral contínua, cheia de promessas que supostamente seriam a resposta  às  sucessivas crises dos governos nacional e regionais e que os próprios criaram, da devassa de milhões de euros em campanhas de propaganda  e manipulação, de autênticas feiras de ofertas, a instabilidade governativa vai continuar, com o anúncio antecipado de uma nova crise!

Nem o PS nem a AD venceram estas eleições (talvez o Costa seja efectivamente, o vencedor)! Ambos ficaram reféns das promessas que fizeram, sendo obrigados a estabelecer um pacto: eu não faço alianças e tu também não fazes, pensando que, para já, este contrato lhes salva a pele e a face. Neste contexto, as muletas do PS que se preparavam para, mais uma vez, se sentarem à mesa do orçamento, negociando com o PS, manietando os trabalhadores, ficaram sem o pouco chão que tinham e o mais que se verá.

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Opinião

Entrevista de Ana Címbron à Rádio Pico, da Madalena, na Ilha do Pico

De Ana Címbron

à Rádio Pico, da Madalena, na Ilha do Pico

 

Ana Isabel Vieira Címbron, empregada de balcão, de 33 anos de idade, mãe de dois filhos, natural de São José, em Ponta Delgada, e residente há mais de vinte anos na vila da Madalena, na Ilha do Pico, é membro e mandatária da lista do PCTP/MRPP na ilha do Pico.

 

Entrevista

 

1. Porque é que decidiu candidatar-se pelo Pico?

Bom dia Senhoras e Senhores ouvintes da Rádio Pico!

Bom dia Picuenses! Bom dia picarotos e picarotas!

Porque o Pico precisa de todos nós!

É verdade que nasci em São José, Ponta Delgada, mas vivo, estudei e trabalho no Pico há vinte anos. Tive aqui os meus pequenos: o Carlos Simão, agora de 16 anos, e a Ana Sofia, agora com 11 anos. Sou para todos os efeitos uma picarota…

Ora, o Pico, que é a segunda maior e uma das mais belas ilhas dos Açores – senão mesmo a mais bonita -, tem estado a perder continuamente população. Já só somos 14 144 os habitantes do Pico.

Qualquer dia é mais difícil encontrar um picaroto do que um priolo.

Esta desertificação da ilha do Pico é uma consequência da política errada dos governos do PSD e do PS durante os últimos quarenta anos de autonomia. Essa política tem beneficiado as classes ricas de São Miguel e da Terceira, e prejudicando as outras ilhas dos Açores, nomeadamente o Pico.

Resolvi aceitar ser candidata e mandatária pela lista do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), o partido do Arnaldo Matos, porque é o partido político que apresenta o melhor programa político eleitoral para toda a Região Autónoma dos Açores e para a ilha do Pico em especial.

Achei extraordinário que o programa do PCTP/MRPP exija:

  • A extinção do cargo e das funções de representante da República nos Açores.
  • A criação de uma Guarda Autonómica, formada por 250 homens e mulheres nascidos e residentes nos Açores, sem armas de fogo mas com armas de defesa pessoal, para substituírem a PSP e a GNR em todas as actividades policiais na nossa Região.
  • E sabe? Foram eles, os dirigentes do PCTP/MRPP, que alertaram pela primeira vez os açorianos para o facto de que a União Europeia se preparava para tomar conta dos mares e dos fundos marinhos dos Açores, e que nos informaram que os governos de Carlos César e Vasco Cordeiro, mais os governos centrais de Passos Coelho/Portas e de António Costa, entregaram aos alemães os nossos mares e os nossos fundos marinhos, sem nenhuma contrapartida para os portugueses, incluindo sobretudo para os açorianos.

Foram também eles que esclareceram os açorianos de que, dentro de dias, uma empresa canadiana de nome Nautilus Minerals Azores viria encetar a pesquisa dos minerais nos fundos marinhos dos Açores.

Ora, só o Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses – cuja lista ocupará o 3º lugar no Boletim de voto do Pico – chamou a nossa atenção para estes problemas tão importantes da Região.

Sabe que na exploração dos fundos marinhos dos Açores – projecto Atlântico Azul – a Universidade dos Açores foi excluída do conjunto de Universidades que vão seguir os trabalhos da Nautilus Minerals Azores?!...

Pois é, os militantes e os simpatizantes do PCTP/MRPP andaram por todas as ilhas dos Açores a dizer estas verdades e obtiveram um grande sucesso.

Nós merecemos que voteis em nós.

Votem no Terceiro! No Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP).

 

2. Quais as vossas propostas para a Ilha do Pico?

Pois é! Se para a Região Autónoma dos Açores temos excelentes propostas, para a ilha do Pico ainda são melhores.

Nós achamos que a ilha do Pico deveria ser dirigida por um Conselho Político de Ilha, eleito pela população residente no Pico, com mais de 16 anos de idade, e que decidisse do nosso futuro. O governo regional deveria coordenar os Concelhos de Ilha, e todas as ilhas teriam uma política de desenvolvimento económico, social, demográfico e cultural em igualdade entre elas.

 

1. O Pico não tem, mas precisa de um Hospital.

Os governos regionais que temos tido estão sempre a dizer que os Açores não podem ter um hospital em cada ilha. Mas aí é que eles se enganam: os Açores podem e devem ter um hospital em cada ilha. No continente português, cada concelho tem um hospital, como Chaves, Abrantes, Viana do Castelo, etc. Porque é que cada ilha dos Açores não há-de ter também o seu hospital próprio?

Compreende-se que para toda a Região Autónoma dos Açores haja um ou dois grandes hospitais: um no grupo central e outro no grupo oriental, capaz de resolverem todos os problemas de medicina e cirurgia que porventura se viessem a deparar.

E não há razão nenhuma para que o grande hospital a construir no grupo central não seja construído no Pico, a segunda maior ilha do arquipélago.

Mas mesmo um ou dois grandes hospitais não dispensariam a construção de outros hospitais – pequenos embora – nas outras ilhas, mediante um plano a executar ao longo do tempo.

O governo regional inaugurou há pouco tempo uma unidade de saúde insular no Pico, mas a unidade já não funciona, obrigando os picuenses a irem tratar-se à cidade da Horta, do outro lado do canal, sujeitando-se às intempéries, aos ventos e às chuvas e a ficarem retidos no Faial, sem casa, habitação ou instalação para o efeito.

A exigência de um hospital, muito embora pequeno, mas com competência para acorrer às questões médicas e cirúrgicas mais comuns, é uma questão estratégica vital para o desenvolvimento turístico futuro da ilha do Pico, pois ninguém irá passar férias para uma ilha que nem um posto de atendimento médico possui.

 

2. A lista da candidatura de que faço parte – a terceira do boletim de voto na ilha do pico – exige que o governo regional, o governo da república e as instituições europeias mantenham os apoios que tem estado a conceder à agricultura, à agropecuária e aos lacticínios do Pico.

Assim como entendemos que deve merecer apoio o agricultor de produtos hortícolas, fruta e cereais, a que se dedica uma parte dos agricultores picuenses, e que devia ser estimulado pelo governo central pela contribuição que essa agricultura faculta à diminuição das importações de produtos alimentares.

Chamamos a atenção para que o Queijo do Pico, com denominação de origem protegida (DOP), deve ser defendido pelos governos regional e central, pois tal queijo pura e simplesmente desaparecerá do mercado, se o TTIP (sigla inglesa pela qual é conhecido na Europa o tratado de comércio entre os Estados Unidos da América e a União Europeia) vier a ser assinado pelo governo português.

 

3. A nossa lista do Pico apresenta um vasto e completo programa para os pescadores picuenses, que inclui a proibição de pescar nas águas açorianas a todas as embarcações que não estejam registadas na Região; a firme negociação das quotas de pesca junto dos ladrões da união europeia; a contínua fiscalização dos mares açorianos pela marinha de guerra e pela força aérea; o pagamento imediato pela Lotaçor do pescado vendido em lota; o contrato de trabalho para os pescadores; e a construção de uma Escola de Pesca.

 

4. Também exigimos que a Universidade dos Açores estabeleça um Pólo Universitário na ilha do Pico.

 

5. E combatemos o isolamento a que está votada a ilha pela Sata, a transportadora aérea regional, que precisa de uma nova estrutura aéro-portuária, capaz de receber com inteira segurança as modernas aeronaves do tipo dos Airbus 320, 321 e de ligar a ilha do Pico a todas as ilhas açorianas, aos arquipélagos da Madeira, das Canárias, de Cabo Verde e a Portugal Continental.

 

6. O turismo

A ilha do Pico reúne condições privilegiadas para se constituir num dos principais focos de desenvolvimento da indústria turística açoriana. O seu riquíssimo património paisagístico, geológico, vitivinícola, agropecuário, histórico e cultural poderá transformar a nossa ilha na única capaz de competir, em igualdade de circunstâncias de base, com a ilha de São Miguel.

 

7. A minha lista pretende para o Pico um sistema de comunicações moderno, base fundamental do seu envolvimento futuro: um sistema de comunicações por fibra óptica para televisão, telefone, internete e demais comunicação digital.

Como vê, queremos – e estaremos disposto a lutar por isso daqui para a frente – o desenvolvimento económico e o progresso cultural e social da ilha do Pico.

Por isso, pedimos o vosso voto no Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), o 3º no boletim de voto do Pico.

 

3. Qual o apelo ou mensagem que fazes aos eleitores?

Que votem! Que não fiquem em casa! Mas que votem na minha lista, na lista de que sou mandatária, na lista do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses – PCTP/MRPP. No Pico, votem no Terceiro! A minha lista defende os interesses e direitos da Região Autónoma dos Açores e os interesses e direitos dos picuenses, do povo da ilha do Pico!

E sabem que mais? Fora com o representante da República!

 

Pico, Madalena, 20.09.2016

Ana Isabel Vieira Címbron


 

 

 


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